Twitter processa Musk, para forçá-lo a adquirir a rede social por US$ 44 bilhões. (Foto: Photo Mix/Pixabay/Reprodução) |
O processo do Twitter contra o bilionário Elon Musk, para que ele dê procedimento à compra da rede social por US$ 44 bilhões de dólares, foi marcado para outubro deste ano. De acordo com informações preliminares divulgadas nesta terça-feira (19), a juíza Kathaleen McCormick concordou com a exigência do Twitter de um processo acelerado. A previsão é que o julgamento dure até cinco dias. Em seu processo, o Twitter acusa Musk de "hipocrisia" e "má-fé".
Depois que Musk desistiu do contrato de compra, a plataforma recorreu ao Tribunal de Chancery, no estado de Delaware, nos Estados Unidos, que é especializado em direito empresarial. O contrato firmado por Musk, segundo informações, incluía uma cláusula de rescisão, o que levou a rede social a procurar o tribunal.
Musk rompeu unilateralmente com o acordo em 8 de julho, após alegar que a administração do Twitter não lhe havia fornecido informações confiáveis sobre o número de contas falsas ativas na plataforma.
Nesta terça-feira (19), iniciou-se a batalha judicial com um encontro para uma audiência preliminar. "Depois de armar um grande show no Twitter e propor e assinar um acordo de fusão, Musk se acha livre para mudar de ideia, difamar a empresa, interromper o negócio, destruir o valor de suas ações e lavar as mãos", denunciaram os advogados da empresa, que acreditam que Musk mudou de ideia sobre o acordo depois do recente declínio no mercado de ações.
Relembre a trajetória
Depois que anunciou sobre o processo de negociação do Twitter, o empresário trouxe à tona diversos questionamentos sobre a integridade da rede social. De acordo com as últimas notícias publicadas sobre o caso, reunimos uma linha do tempo que tenta remontar sobre o fim da relação entre o Twitter e Musk. Entenda:
- Em 4 de abril, Elon Musk revelou em documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (SEC) dos EUA, que havia adquirido pelo menos 73,5 milhões de ações ordinárias do Twitter, 9,2% do valor de mercado da empresa.
- No dia seguinte, o CEO da rede social, Parag Agrawal, anunciou que Musk se juntou ao conselho de administração do Twitter. Mas, em 10 de abril, ele informou que Elon renunciou. O empresário teria feito uma oferta de compra integral da empresa ao preço de US$ 54,20 por ação, que foi revelada em 14 de abril por um documento enviado à SEC.
- Em 15 de abril, o Twitter anunciou que havia aprovado a chamada cláusula "pílula de veneno". Nela, o grupo afirmava que venderia suas ações a todos os outros acionistas. No entanto, a diretoria do grupo acabou cedendo e, em 25 de abril, anunciou um acordo definitivo de compra com Musk.
- Apesar disso, em 13 de maio deste ano, Musk cancelou a oferta. Na ocasião ele alegou que estava preocupado com o número de contas falsas na rede social. A fala fez o preço das ações do grupo cair 20%.
- Em 16 de maio,Musk respondeu a Parag Agrawal, que tentava explicar no Twitter as medidas tomadas para combater contas falsas, com um emoji de cocô.
- Em 6 de junho, retirou sua oferta novamente, alegando que a rede social "resiste ativamente" a seus pedidos de informações sobre spam e sobre contas falsas. O Twitter negou a informação.
- Em 16 de junho, Musk se reuniu com funcionários do Twitter. Na ocasião, reiterou seu desejo de reduzir a moderação na rede e disse que queria 1 bilhão de pessoas no Twitter e que “Usuários devem poder dizer ‘coisas ultrajantes’”.
- No começo deste mês, em 8 de julho, Musk informou que estava cancelando o acordo, devido a informações "falsas e enganosas" sobre a empresa. Em resposta, o conselho de administração do Twitter processou Elon Musk após ele desistir de comprar a rede.
- Em 12 de julho, argumentando que a estratégia de Elon Musk é “um modelo de hipocrisia” e de “má-fé”, o Twitter entrou com sua ação em um tribunal especializado em direito empresarial no estado de Delaware. Nesta terça-feira (19), a primeira audiência sobre o assunto foi realizada.