Iniciativa levou o fundador para a lista Forbes Under 30 de 2021. (Foto: Acelere no ENEM/Divulgação) |
“Eu digo que o Acelere no ENEM, além de um grande case nacional de Educação, é também de Comunicação”, resume Rhayann Vasconcelos, fundador do curso on-line gratuito para vestibular que já atendeu 489 mil estudantes de todo o Brasil, com apenas 1 ano e 10 meses de funcionamento. Em entrevista exclusiva à Propagavel, Rhayann, 24 anos, falou sobre a utilização de estratégias de comunicação e mídias sociais na divulgação da iniciativa para os estudantes.
“As mídias sociais tiveram um impacto gigantesco, sem dúvidas”, confirma ele. “Não adianta você gerar conversa e não continuar. A televisão e o jornal, tem a função de chamar a atenção para a oportunidade. Mas se você não tiver uma rede social que dialogue com aquele estudante, essa conversa não acontece. Então, foi preciso ter momentos onde a mídia tradicional repercutiu a oportunidade oferecida pelo Acelere no ENEM, para que a gente continuasse essa conversa nas redes sociais”, revela Rhayann, que foi reconhecido pela Lista Forbes Under 30 de 2021, que destaca empreendedores e criadores de iniciativas inovadores de até 30 anos.
O Acelere no ENEM, que surgiu em agosto de 2020, epicentro da pandemia de Covid-19, recebeu 84 mil inscrições, na época, majoritariamente, de Pernambuco, estado de origem do projeto. Com o número expressivo, Rhayann e sua equipe traçaram estratégias para nacionalizar a iniciativa. Ele conta que a veiculação da plataforma por empresas tradicionais de imprensa (televisão, principalmente), aliado a presença na rede social, fez com que o projeto chegasse ao seu público-alvo: os estudantes.
“Ao longo de todo o ano, nós utilizamos da proposta do Acelere no ENEM para fazer com que a notícia percorresse o Brasil. Fomos matéria no Diario de Pernambuco, em outros jornais locais do estado, e em mais de 21 estados, além do Distrito Federal. Aparecemos na tela da TV Globo, que indiscutivelmente, é o maior veículo de comunicação que temos no país. Nós também fomos destaque no jornal da CNN Brasil e no jornal da TV Band nacional. Foi a tecnologia sendo utilizada ao nosso favor”, conta Rhayann.
Aposta em conteúdos que engajem
Após a exposição na imprensa tradicional e mídia social, cerca de 489 mil estudantes se inscreveram, de todos os estados brasileiros, em 2021. O projeto também foi reconhecido como uma das 30 melhores iniciativas do país pela “Brazil Conference Harvard & MIT”, além de ter sido escolhido como um dos cinco melhores do país na categoria Educação Básica, pela Movimento LED, uma iniciativa da TV Globo e da Fundação Roberto Marinho.
“A estratégia é entender o que o jovem quer. Nós fazemos esse conteúdo adequando o conhecimento das disciplinas aos conteúdos que mais repercutem. Você adequa a sua estratégia, sem perder o propósito maior que o guia, para gerar valor na rede social”, complementa. A iniciativa já angariou mais de 24 mil seguidores no Instagram; 12,8 mil inscritos no YouTube e mais de 22 mil seguidores no TikTok, neste último Rhayann, destaca:
“O que chama atenção no TikTok não é a dancinha em si. É o conteúdo produzido. Hoje, nós conseguimos perceber que não há resistência [dos alunos] aos conteúdos. O que há resistência é ao conteúdo que não engaja e não desperta a atenção daquele estudante", opina. "Em março deste ano nós tínhamos 140 seguidores no TikTok. No último mês de maio, disparamos para mais de 21 mil seguidores. Ou seja, é uma rede social onde você cresce muito rápido”, revela.
O futuro, a educação e a tecnologia
Dentro deste cenário, a plataforma desenvolvida por Rhayann e equipe, se utiliza das ferramentas digitais para exibição de aulas. A iniciativa também conta com conteúdos que convidam os estudantes a participarem. “A gente sabe que o conteúdo mais rápido, que contagia o estudante, funciona no TikTok. Já no Instagram, é um conteúdo mesclado de vídeo e dicas das disciplinas. E no YouTube, ficam as nossas aulas, onde nossas transmissões acontecem”.
Rhayann ressalta a importância de entender os indicadores numéricos das redes para delimitar objetivos específicos e de divulgação da marca. “Nós não abrimos mão do nosso maior propósito, que é gerar conhecimento e levar oportunidade de preparação, mas também entendemos que esse jovem tem demandas. E eles querem se ver representados nesses quadros da internet e vídeos bem humorados. Nós mesclamos muito, no que chamamos de ‘infotenimento’, que é o conhecimento mais entretenimento”, explica.
Com expectativa de que 500 mil novos estudantes se inscrevam neste ano, o fundador do Acelere no ENEM opina sobre o futuro da educação no país. “As pessoas precisam abrir mão de conceitos que os jovens das escolas públicas não sabem de tecnologia. O jovem está em outro momento da trajetória social. Eles querem tecnologia. Acredito que precisamos apertar o reset no nosso modelo de educação, para ter uma educação que aposta na interdisciplinaridade, nas multiculturas, no relacionamento, na sociabilização com tecnologias modernas e, acima de tudo, que coloquem o jovem como protagonista do desenvolvimento do nosso país”, finaliza Rhayann.